domingo, 26 de abril de 2009

Minha Porta


Existem momentos em que a vida e o mundo trazem a você um cansaço tão exaustivo, que o colocam em um estado entre o sonho e realidade.

Ao mesmo tempo em que ouves o mundo ruidoso ao teu redor, sentes os teus pés adentrando nos portais magníficos dos teus sonhos.

Mas, de repente, quando teus passos levaram-te a um lugar de calmaria, como que no ímpeto ouves uma voz estranha ressoando neste teu transe, chamando-te de volta... Trazendo teus sentidos para a realidade da qual quiseste fugir em teus sonhos.

O desconforto dessa verdade faz com que permaneças onde estás, com os olhos semi-cerrados e faz com que numa viajem de pensamentos você comece a ver pessoas, tentando associar lembranças àquela voz.

Problemas? Soluções? Decepções? Alegrias?

O que lhe será trago desta vez?...

Quem seria? Um parente distante? Um amigo que se perdeu no tempo? Um conhecido com quem se esbarrou noutro dia por coincidência?

Depois de instantes quase infindáveis de divagações mentais, você se levanta, não totalmente desperto, e depara-se com a pessoa menos esperada à sua porta.

Foi assim que vieste a mim.

Jamais imaginei que baterias à minha porta. Ela não oferecia nenhum atrativo. Era apenas mais uma, entre muitas. Que escondia um mundo pequeno, triste, solitário. E Tu, eras apenas um desconhecido que por ela passava.

Quando chamastes pelo meu nome, Tua voz penetrou em meus sonhos, arrebatou minha alma. Atraiu-me de volta. Sem conhecer-te, reconheci Tua voz!

Algo em meu coração gritou que a esperança em fim chegara!

Quão cansada eu estava. O peso era esmagador sobre as minhas costas...

Trouxeste Contigo a calmaria que somente em meus sonhos eu tinha. Teu abraço trouxe a segurança necessária para encarar a realidade.

Teu fardo – oh! Quão leve! – Permite-me correr e voar...

Tua vinda era inesperada, mas o Teu amor e a Tua graça diante do meu temor e da minha angústia prevaleceram, permitindo que viesses.